A
alimentação pode ser considerada como um dos fatores comportamentais que mais
influencia a qualidade de vida das pessoas. É um processo voluntário e
consciente, influenciadopor fatores culturais, econômicos e psicológicos.
Uma
dieta adequada é balanceada em relação à composição, à proporção de macro e
micronutrientes atende todas as necessidades nutricionais do indivíduo.
A
ingestão do alimento não garante que seus nutrientes estarão biodisponíveis
para serem utilizados pelas células. Para que isso realmente ocorra, é
fundamental o equilíbrio entre a quantidade e qualidade. Além disso, devem
existir condições químicas, bioquímicas e fisiológicas adequadas para que o
alimento possa ser degradado e utilizado.
A
presença ou ausência de um nutriente essencial pode afetar a disponibilidade,
absorção,metabolismo ou necessidades dietéticas de outros. Também é necessário
que os produtos que não serão utilizados pelo organismo sejam excretados, assim
como as substâncias tóxicas que possam ter sido ingeridas junto com os mesmos. Se
uma dessas etapas não funcionar satisfatoriamente, o corpo apresentará
carências nutricionais e funcionais.
A
nutrição clínica funcional tem como propósito avaliar a interação do organismo
com o alimento e o processo da nutrição. Esta forma de abordagem tem como
objetivo promover a saúde e prevenir doenças, visando uma melhor qualidade de
vida. É preciso nutrir o organismo adequadamente, isto é, orientar a ingestão
adequada de alimentos, em quantidade e qualidade, e ainda, por meio de um
hábito alimentar correto,
Nas
últimas décadas, houve aumento da oferta da variedade de alimentos, porém com
redução na qualidade nutricional destes, causa das por vários fatores, cujos
principais são: empobrecimento da quantidade de nutrientes do solo; perda
nutricional causada por armazenamento, transporte e manuseio impróprios; perda de
nutrientes e contaminação química causada pela industrialização dos alimentos.
Em paralelo, o organismo sofreu modificações, passando a exigir maior
quantidade de nutrientes para lidar com os desequilíbrios gerados por situações
como: poluição ambiental, estresse físico e emocional, maior consumo de alimentos
com fatores antinutricionais e industrializados.
A
alimentação adequada dá suporte à integridade intestinal,que se relaciona à
função única do intestino de atuar como um canal entre os nutrientes e a
circulação sistêmica e como barreira contra toxinas de uma variedade de fontes.
Estas toxinas podem ser exotoxinas, como drogas e substâncias químicas, e
endotoxinas,
tais como os produtos de eliminação das bactérias,antígenos alimentares e
decomposição de produtos do metabolismo .
Quando a integridade da parede fica comprometida,
a permeabilidade do intestino pode estar alterada e a capacidade deste de atuar
como uma barreira contra antígenos e patógenos é desgastada. Dois fatores principais que influenciam
esta integridade são as populações bacterianas no intestino e a saúde da mucosa
intestinal, sendo ambos influenciados pela nutrição.
Um
desequilíbrio na microbiota intestinal que produz efeitos prejudiciais é
chamado de disbiose intestinal, e
esta interfere imensamente na integridade intestinal.
Frequentemente,
as mães introduzem, de forma precoce, alimentos ricos em dissacarídeos e
monossacarídeos,como mel, xarope de frutose e sacarose na alimentação de seus filhos.
Estes alimentos são conhecidos promotores da disbiose intestinal, em qualquer
idade. Em muitos casos, inicia-se nesta
tenra
idade um tortuoso processo que se agrava com o passar dos anos, levando aos
mais diversos quadros patológicos.
A disbiose
é caracterizada por uma disfunção colônica devido à alteração da microbiota
intestinal, na qual ocorre predomínio das bactérias patogênicas sobre as
bactérias benéficas.
Alguns
fatores que possivelmente podem ser atribuídos às causas desta alteração da
microbiota intestinal,
entre
os quais estão: o uso indiscriminado de antibióticos, que matam tanto as
bactérias úteis como as nocivas e de antiinflamatórios hormonais e
não-hormonais; o abuso de laxantes; o consumo excessivo de alimentos
processados em detrimentode alimentos crus; a excessiva exposição a toxinas
ambientais; as doenças consumptivas, como câncer e AIDS entre outras.as
disfunções
Um
dos fatores que concorrem muito para esse desequilíbrio da microbiota
intestinal é a má digestão. Nem sempre o estômago está ácido o suficiente para
destruir as bactérias patogênicas ingeridas junto com os alimentos, e assim as
bactérias nocivas ganham uma boa vantagem sobre as úteis.
O crescimento
exagerado de bactérias patogênicas tumultua tanto a função gastrintestinal, que
acaba desequilibrando a produção das secreções pelos órgãos que a compõem. Isto
resulta em
insuficiência
pancreática, diminuição da função biliar, deficiência de ácido clorídrico e,
por fim, dano ao funcionamento intestinal .Até mesmo a falta de alegria de
viver pode ser consequência de
uma
disbiose, pois alguns microorganismos têm o poder de diminuir a formação de
serotonina.
A
dietoterapia para a prevenção e o tratamento da disbiose passa, principalmente,
por uma reeducação alimentar, evitando-se
o excesso de ingestão das carnes vermelhas, leite e derivados, ovos, açúcar
branco e de alimentos processados.
A
alimentação deve consistir em grande quantidade de alimentos que possuem FOS, presentes
em vegetais, particularmente cenoura crua, couve-flor,repolho, cebola, alho e
alho-poró, além de frutas e cereais. Para qualquer doença inflamatória do trato
intestinal é de vital importância alimentar-se corretamente.
A alimentação saudável é a receita
básica para a saúde. Portanto, deve-se procurar sempre o melhor quando se
seleciona os alimentos que são levados à mesa.
Fonte: resumo
artigo de Luciana B. Almeida et AL.
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